Na última quinta-feira (10) chegou ao fim o mais recente destaque da Coreia. Desde janeiro, as expectativas em torno de Semantic Error eram, até então, o único laço do público com o BL. Depois que estreou, todo mundo que se prestava a assistir, era literalmente fisgado, seja pela história que contou com um desenvolvimento excepcional ou por outros fatores que iremos abordar neste texto.
De início, o primeiro gancho que puxa o telespectador e o aprisiona em Semantic Error, é o seu enredo. A história de duas pessoas com personalidades e visões de mundo diferentes, acaba criando no imaginário de quem assiste, a ideia de que eles formam um casal perfeito, pois, como sabemos, as diferenças — tanto na ficção como no mundo real — passam a ser o principal fio condutor de uma boa paixão. E, aqui, isso acaba fazendo muito sentido.
Pois, embora o personagem JaeYoung de início apenas busque uma retaliação por SangWoo ter atrapalhado seus planos, vemos que ao longo do tempo, as suas intenções mudam. A raiva, antes demonstrada nos dois lados da relação, vai aos poucos se tornando o amor que ambos sentem um pelo outro.
Neste sentido, a administração da duração de cada episódio e dos acontecimentos que ocorrem neles, fez um papel crucial no desenvolvimento dos personagens. Como vimos, SangWoo leva tempo para que de fato, exponha os seus sentimentos. E, felizmente, todo este arco dele, a princípio rejeitar o amor por JaeYoung, não atrapalha em absolutamente nada. Ele sofre e fica perdido sem entender o que está havendo consigo mesmo.
Sua rotina, antes extremamente regrada, passa a ser uma bagunça. Nesses momentos, as alegorias da série em dizer sobre do que se trata o título da obra, “Erro Semântico”, gera uma correlação lógica bastante interessante. Sem nenhuma cena arrastada ou desperdiçada com questões triviais, todo o trabalho de adaptar um drama vindo de uma comic tão popular assim, dá certo.
Semantic Error trouxe química e atuações inimagináveis
Outra coisa que serve de ímã para atrair a atenção de quem assiste, são as atuações. Por muito tempo, isso não apenas na Coreia, vimos casais sendo formados a partir de diversas técnicas para desenvolver química e atração diante das câmeras e, também, por trás delas. Porém, com o elenco de Semantic Error, isso não acontece.
Ao assistirmos, a vocação e a excelente performance de Seoham e Jaechan, colocam em xeque o questionamento de que se realmente foi preciso de um tempo para eles prepararem os seus papéis, pois, o resultado do que é entregue em tela, é algo surreal e verdadeiramente orgânico. Podemos contar nos dedos as vezes que dois atores casaram perfeitamente assim como eles neste BL.
E se as atuações são capazes de dar um sentido assertivo para determinado drama, imagina o que a química dos personagens é capaz de fazer? Pois bem, aqui, JaeYoung e SangWoo provam que eles não precisam de nenhum artifício externo para provocarem sensações e sentimentos em quem assiste. Os gestos, os olhares e a sedução pela qual eles caminham o tempo todo, definitivamente engrandece a relação proposta pelos seus papéis.
Para ajudar nisso, a produção de Semantic Error, banhada de elementos técnicos, resolve dar um tratamento na iluminação dos cenários onde eles se encontram em cenas específicas. A fotografia, juntamente com as cores presentes nos dispositivos cênicos, acabam realizando o papel de ajudar na transmissão da emoção dos personagens. SangWoo é marcado pelo azul, já JaeYoung pelo vermelho, e quando eles se juntam, a união dessas duas paletas começam a se misturar e revelar um roxo que se apresenta nos melhores momentos.
Por fim, é impossível não mencionar a sutileza nos instantes de afeto em Semantic Error. Os toques recheados de prazer e os beijos completados por sentimentos, são componentes intrínsecos do desejo e do amor, seja dos personagens e dos atores, ou de quem escreveu e de quem adaptou essa obra. O cuidado em transmitir as emoções e todas as mensagens não necessariamente verbalizadas, é outro ponto que serve de catalisador para o progresso da série.
Em Semantic Error, nada é feito com desespero ou com pouco capricho. O drama começa e termina de forma excelente, tudo amarrado e bem executado. Além disso, nota-se também, um requinte de aprimoramento estético, visual e profissional por parte dos envolvidos na produção e no desenvolvimento desse que, ousamos dizer, tem tudo para ficar marcado como o melhor BL coreano já feito.
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