Poucas obras possuem uma força magnética tão intensa assim como Love Mechanics. Apesar do primeiro episódio sofrer algumas baixas, o BL logo ganha impulso e segue com um excelente ritmo até o fim.
Narrando um conto de amor complicado, cheio de altos e baixos, Love Mechanics, de início, parece ser um drama qualquer entre garotos. Mas a série, na verdade, além de manobrar com vigor alguns aspectos técnicos importantíssimos, também possui um entusiasmo nato ao tratar de sentimentos e emoções de forma pouco vista ultimamente.
Diferente do registro de 2020, conhecido como En of Love: Love Mechanics, a atual versão exibida nas últimas semanas, pautada na grandeza da história e de seus personagens, consegue fazer tudo aquilo que a sua antecessora não fez.
Nisso, inclui-se a clara evolução dos atores Yin e War, que juntos, transmitem uma iminente química e funcionam perfeitamente um para o outro, sempre partindo de atuações excepcionais. O roteiro, com ganchos rápidos e resoluções certeiras, torna a narrativa ainda mais interessante.
Love Mechanics entregou clichês antigos, mas muito cativantes
Fazendo um ótimo uso dos velhos clichês, Love Mechanics transforma o curso de engenharia em um plano de fundo extremamente cativante, principalmente, por trazer uma sensação de nostalgia, remetendo diretamente aos primeiros BLs feitos na Tailândia.
Aliás, por ser um projeto original da WeTV e acabar fugindo dos moldes de empresas como a GMMTV, a série ainda soa refrescante e surpreendente em vários momentos.
O retrato fiel da desilusão e da dor decorrente de uma paixão pouco estável, que nem a do casal principal Mark (War) e Vee (Yin), caminha junto de certos debates importantes, exemplo o relacionamento abusivo retratado no arco pertencente à personagem Ploy (Perth Veerinsara), que ao separar-se de Vee, passou a enfrentar agressões vindas de seu companheiro Ton (Poppy Ratchapong), um rapaz autoritário e violento.
Ademais, questões como a insegurança financeira, autoconfiança e apoio familiar também mostram-se ser pontos de virada na história e na mensagem transmitida ao telespectador.
Outro destaque positivo vai para o uso atípico dos cenários e das locações. Em todo tempo de tela, nota-se que as decorações, essencialmente em cenas internas, correspondem ao instante exato que a narrativa se encontra. Atrelado a isto, a fotografia, pairando entre tons vivos e uma iluminação primordial, resume e reforça muito dos sentimentos expostos nas atuações.
Com esforço para se levantar dos escorregões, Love Mechanics cumpre com os seus objetivos de maneira satisfatória. Afinal, o entretenimento, um recurso necessário na construção de qualquer BL de sucesso, foi algo que não faltou aqui.