Em 2019, uma agência ligada ao Governo da Coreia do Sul concluiu, através de uma pesquisa, que a grande maioria dos alunos do ensino médio sentiam a necessidade de aprender sobre questões ligadas às minorias sexuais nas escolas.
Entretanto, após a vitória de Yoon Suk-yeol, político de extrema-direita eleito presidente em meados de maio deste ano, a pressão de grupos religiosos contra direitos LGBTs — e outras pautas progressistas —, têm aumentado cada vez mais, colocando em risco uma série de conquistas alcançadas por ativistas e estudiosos dos direitos humanos nos últimos anos.
Banir “minorias sexuais” dos livros: uma demanda de cristãos conservadores
Pouco tempo depois de assumir, o então presidente sul-coreano anunciou que iria seguir uma agenda conservadora, enrijecida por uma base cristã e de direita. Linha política extremamente criticada ao redor do mundo.
Recentemente, o Governo de Yoon informou que irá remover o termo “minorias sexuais” dos livros didáticos do ensino fundamental e médio a partir de 2025. Através do Ministério da Educação, foi noticiado que os editores, responsáveis pela criação e desenvolvimento dos materiais didáticos, terão que substituir minorias sexuais, por: “minorias que enfrentam discriminação com base em gênero, idade, raça, nacionalidade, deficiência e outros fatores”. Uma objeção ampla e que, de certa forma, pode ser interpretada de maneira generalista demais.
Ao propor tal mudança, especialistas alertam o governo das consequências que este movimento, abertamente anti-LGBT, pode causar, como o aumento da discriminação contra minorias sexuais, além de bullying e, principalmente, violência nas escolas.
Infelizmente, a LGBTfobia é uma questão pouco debatida na opinião pública da Coreia do Sul. Segundo a pesquisa que classificou a vontade dos alunos em aprender sobre minorias sexuais e de gênero nas escolas, 30% deles disseram ter, pelo menos uma vez na vida, sentimentos incertos sobre suas orientações sexuais. Além disso, alguns dos entrevistados também relataram sofrer estresse e depressão devido à intolerância LGBT no ambiente escolar.
Atualmente, apenas 38% da população sul-coreana apoia o casamento homoafetivo, que é proibido no país. As recentes medidas de Yoon, contra a igualdade, escancaram um terrível e preocupante futuro para a comunidade LGBTQIA+ na Coreia do Sul.
Fonte: KoreaPro