Um fato que intriga muitos fãs das produções sul-coreanas de BL é a execução e proposta de projetos, muitas vezes limitados aos padrões das webséries, que acabam se distanciando do conhecido arquétipo dos k-dramas.
A curta duração, nesse sentido, tornou-se a grande e, talvez, a mais divisora característica dessas obras, que, apesar de boas, sempre acabam caindo na esfera do passageiro. Assim, entende-se que são poucas as séries — curtas e acessíveis — que conseguem resistir à ação do tempo.
Ar de mudanças
The Eighth Sense, por sua vez, surge com o ar de mudança que já vinha sendo projetado. A série, como Unintentional Love Story, tem episódios que duram mais de 30 minutos. Isso parece ser, do lado de fora, uma coisa bem simples. Mas no contexto do BL coreano, este é um fato puramente engrandecedor.
Assim, os dois primeiros episódios do BL, além de estabelecerem novos horizontes quanto à duração, também impressionam pela quantidade de técnicas cinematográficas e ousadias que são utilizadas de forma inovadora — nenhum outro K-BL surgiu com essas dimensões.
A história, aliás, é tão irresistível quanto o esperado. Um certo tom de maturidade, presente até mesmo em ótimas cenas de tensão, pode ser percebido na narrativa e interpretação dos atores Oh Jun Taeke e Im Ji Sub, que, longe do cânone do humor coreano, contribuem para uma atmosfera mais dramática e profissional.
Um grande receio
Apesar dos destaques serem os mais positivos possíveis, The Eighth Sense acaba despertando uma certa insegurança. Sabe aquela sensação de “está tudo certo, pode acontecer alguma coisa ruim”? Bem, embora seja muito cedo para dizer qualquer coisa, esse é o sentimento provocado pela série em seus dois primeiros episódios.
Fora isso, o que é bastante comum para quem só viu o começo, The Eighth Sense aparece pronto para se tornar um BL marcante. Basta ver, futuramente, como serão dados todos os pontos assertivos nesta estreia. Pare o que estiver fazendo e vá assistir.