To My Star 2 é uma sequência diferente, mas não menos importante

Hwang DaSeul é uma diretora democrática. Em seu mais recente trabalho, To My Star 2, ela oferece dor e felicidade quase ao mesmo tempo, isso, sem perder o carinho pelo que sabe fazer de melhor: transmitir sentimentos e contar histórias de amor que ultrapassam as barreiras do convencional. 

Pode não parecer, mas muita coisa mudou desde que To My Star foi ao ar pela primeira vez, no ano passado. De lá pra cá, a indústria BL na Coreia do Sul sofreu uma expansão gigantesca. Parte desse sucesso, deve-se ao que a diretora deu início quando apresentou o drama Where Your Eyes Linger ao público, em 2020. Seguindo os moldes ajustados por ela, uma dezena de obras passaram a ser produzidas, e cada vez mais, comentadas e assistidas pelo público. 

To My Star, obviamente, ocupa uma posição de destaque quando o assunto é BLs sul-coreanos de excelência notória. O risco em dar continuidade ao romance vivido por Jiwoo (KangMin) e SeoJoon (WooHyun) era alto. Mas, felizmente, a direção assertiva e os aspectos técnicos presentes aqui conseguem contornar todos os erros apontados em qualquer circunstância.

To My Star 2
Imagem: ENGD Company

To My Star 2 chegou com um rumo bastante inesperado

A história contada na primeira temporada, perfeitamente desenvolvida, ganha um novo tratamento agora, e isso acaba dificultando um pouco a experiência de quem esperava assistir algo mais acessível e sem muitas complicações.

Contudo, longe de ser um fiasco, como muitos temiam, To My Star: Our Untold Stories consegue se estabelecer de forma satisfatória, principalmente, devido ao desempenho dos atores KangMin e WooHyun, que juntos, rendem os melhores e mais dolorosos momentos da obra.

Além deles, os cenários e as locações também chamam atenção, duas coisas que servem de plano para o desenrolar da narrativa, que por sua vez, deixa a desejar em alguns instantes.

Mas, no geral, a proposta de ser uma série densa e devidamente profunda na abordagem de alguns temas, parece funcionar muito bem. Talvez, o problema central tenha sido as altas expectativas, uma questão difícil para qualquer continuação, ainda mais se tratando de BLs. No final das contas, To My Star 2 prova de vez o ponto da diretora Hwang DaSeul, que é nunca optar por caminhos fáceis e óbvios demais. 

Matheus José

Graduando em Letras. Crítico, colunista e redator nos sites Jornal 140, VIUU, Suco de Mangá. Editor e supervisor de textos. Já passou por publicações da BoysLove Hub e China Word Notes.