Blueming não é só mais um BL coreano, mas sim, um verdadeiro exemplo a ser seguido

Atualmente, com diversos dramas BLs coreanos ganhando espaço no mercado, fica difícil decidir ou analisar quais são os aspectos técnicos de uma obra exemplar. Desse modo, Blueming surge como uma resposta para muitas de nossas dúvidas em relação a isto.

Dirigido por ninguém mais ninguém menos que Hwang DaSeul, nome responsável pelos excelentes To My Star e Where Your Eyes Linger, Blueming é sem sombra de dúvidas uma das produções mais interessantes do ano até então. O motivo pelo qual este drama se destaca, são vários, mas para começo de conversa, vamos falar sobre a sua narrativa.

Parte essencial no desenvolvimento de uma história perfeitamente apurada, a narrativa depende, essencialmente, de um roteiro bem escrito. Nesse caso, Blueming consegue corresponder exatamente ao que é esperado de uma série estruturada em acontecimentos relevantes, com personagens carismáticos e questões fora da curva.

A forma pela qual a infância do personagem Siwon e o bullying sofrido por ele são retratados, chama a atenção pela sensibilidade da direção e dos responsáveis pelo script perfeitamente adaptado em tela.

Blueming
Imagem: It’s New Story

Blueming entrega atuações notórias e fotografia de tirar o fôlego

Além disso, as atuações, obviamente, também exercem uma importância notória na hora de dar vida ao que está escrito nos papéis. Quanto a isto, Eunbin e Hyukjun mostram ser a escolha perfeita. Da química levantada pelo afeto entre os seus personagens, tudo feito por eles acaba soando facilmente como algo grandioso. 

Entretanto, mesmo contendo muitos recursos dos quais pouco vemos serem usados na grande maioria dos BLs, Blueming se destaca, principalmente, pela sua cinematografia. Do azul que reflete o título da série e, até mesmo, a trama que serve de base para a ótima performance dos atores, a iluminação e os ângulos tornam-se linguagens extremamente importantes aqui.

Se no BL Tailandês I Told Sunset About You vimos como esses elementos ganham forma, novamente e de maneira mais enxuta, o mesmo acontece em Blueming. Deste modo, o que entendemos por fotografia, é justamente o que a direção nos revela ser a peça-chave das possibilidades criadas a partir das cores e dos posicionamentos cuidadosamente manipulados pelos profissionais responsáveis por transmitir emoção através das lentes.

Blueming
Imagem: It’s New Story

Por fim, a grande sacada de Blueming, além dos seus aspectos técnicos, é a sua duração. O tempo curto das séries BLs coreanas sempre pareceu ser um erro, mas, assim como fez com To My Star, Hwang DaSeul prova que a duração não é um problema, pois, como ninguém, ela sabe condensar histórias mais limitadas e transformá-las em produções verdadeiramente interessantes e 100% aproveitáveis.

E isso, é o suficiente para fazer com que Blueming seja um ponto de partida extremamente interessante para os BLs lançados na Coreia do Sul.

Matheus José

Graduando em Letras. Crítico, colunista e redator nos sites Jornal 140, VIUU, Suco de Mangá. Editor e supervisor de textos. Já passou por publicações da BoysLove Hub e China Word Notes.